O esquecimento é uma falha humana.
Você esquece de acordar cedo, esquece de colocar o relógio pra despertar, esquece a chave do carro, o óculos, esquece de comprar o sabão que acabou... Eu sou a rainha dos esquecimentos, pois faço tantas coisas ao mesmo tempo, que quando vejo, de repente, algo não saiu perfeito, porque eu esqueci. O horário do ballet da Sofia, todas as quartas-feiras, resolvi o problema contratando um motorista. Como sair da Fundação às 10:50h, voltar e sair de novo às 11:50h? Não tem lógica...
Esquecer o nome da pessoa que está falando com você e ela fala o teu nome e repete e te abraça, meu Deus, eu fico sem chão nessas horas... Ou você conhece a pessoa, falou com ela outro dia mesmo, foi apresentada, passou a noite conversando, encontra depois de uma semana, e nada de lembrar o nome... Putz, que chato!
Mas esquecer de pegar o filho na escola, graças a Deus, isso nunca aconteceu comigo, porque deve dar uma dor na consciência... Eu já vi cada caso, nossa!
Esquecer é natural, mas se sentir esquecido é uma dor anormal. Combinar com alguém alguma coisa e a pessoa não aparecer - principalmente em casos de encontros amorosos ou quase amoroso - é coisa de outro mundo. Você senta no bar e fica horas. Você do lado do telefone - ele falou que ia ligar - não liga, esquece. Apenas esquece. Como você esqueceu o isqueiro na gaveta. Às vezes, sem querer nem te magoar, mas esqueceu.
Esqueceu daquele encontro virtual só pra te mandar aquele beijo na boca. Mas você passou a noite toda sonhando com aquele beijo bobo, via face, que vira - só na sua cabeça - aquele beijo de novela, ou melhor aquele beijo final do Casablanca ao som de 'As time goes by'. Quem não viu?
Bom, não tem como remediar, o negócio é esquecer o esquecido, voltar para o seu domingo com cara de domingo, ver o jogo da Argentina, se divertir com o Maradona e cavocar a memória.
Escrever para esquecer.
Esquecimento é coisa ruim de lidar. Eu sofro quando esqueço ou quando sou esquecida, sofro com a culpa ou com a humilhação. Tem coisas que a gente não aprende nunca, esquece como dói e se deixa doer de novo,toda vez que se repete a situação...
ResponderExcluirOlá Bel. Estou aqui tentando pensar em algo interessante para te escrever no "crise dos 40", confesso que, talvez a preguiça, talvez o cansaço de trabalhar no jardim a manhã toda: podei árvores, subi escadas para isso, despejei dejetos orgânicos, etc., e nada vem à minha mente de interessante. Então vou escrever apenas um pouquinho sobre o esquecimento. Uma vez, na França, escutei um filósofo de arte (François Dagognet) falar sobre o museu como lugar de esquecimento e não necessariamente lugar de memória. É que o esquecimento ocupa um grande lugar na nossa vida e cada vez mais à medida que o tempo passa (eu já sou o rei dos esquecimentos). E muito dos objetos que hoje visitamos nas galerias e museus estão lá para nos lembrar, como se fosse aquela linha que colocamos no dedo para lembrar de alguma coisa (de que mesmo?). Mais tarde, eu falei sobre isso numa discussão sobre a criação do MAO de BH, que aqueles objetos do acervo eram objetos esquecidos pelos seus usuários, e se tinham sido esquecidos e agora o museu os trazia à luz do dia, devíamos pensar bem sobre os seus significados. Porque lembrar deles? Com isso o tema do esquecimento tem me acompanhado e, recentemente, entrei num sebo em BH e pensava naqueles dias sobre o esquecimento e nos nossos objetos esquecidos, e logo na primeira prateleira do sebo estava o "Sobre o riso e o esquecimento" de Milan Kundera. Este foi o primeiro livro que ele escreveu no exílio, em 1968 (você nem era nascida, mas foi um puta ano), e era um livro escrito para esquecer Praga, sua cidade natal, e para recomeçar a viver em outro lugar e escrever em outra língua. Ele fez de Paris sua nova cidade, tanto que passou a escrever em francês. Esqueceu de fato? Boa idéia seria ler seus livros depois disso e verificar os esquecimentos. Depois dos 40 a gente esquece de muitas coisas, mas não nos esquecemos de quem amamos, talvez esquecemos os nomes, mas isso não tem importância. Isso basta.
ResponderExcluirAdorei a história, Paulo! Quero ler "Sobre o riso e o esquecimento", com certeza! Bjss
ResponderExcluirTalvez seja bom lembrar que você não se esquece de ser uma pessoa bacana!
ResponderExcluirLembrar de ser feliz pelos menos alguns minutos por dia. Não esquecer de olhar a flor, a lua, as pessoas na rua, o olhar de quem se conversa... Beijos. Saudades de vc.
Ser feliz é uma opção de vida, provavelmente a opção feita por essa linda pessoa chamada Cláudia Alencar (que não conheço). Por isso é tão bela.
ResponderExcluirANDO MUITO PREOCUPADA COMIGO POIS ANDO ESQUECENDO DE MUITAS COISAS ,ESQUEÇO COM FREQÜÊNCIA DO QUE ESTOU FALANDO,O NOMES DE MINHAS AMIGAS,SE DESLIGUEI A MAQUINA DE LAVAR ROUPA,CHAPINHA SE FECHEI A PORTA,ESSES DIAS COLOQUEI A TOALHA DE MESA EM CIMA DO FOGÃO ACHANDO Q ERA A MESA,FUI A SALA PRA POR A TOALHA NA MESA QUANDO SENTI O CHEIRO DE QUEIMADO E ESTAVA PEGANDO FOGO NA TOALHA,TAMBÉM FUI BEBER UM SUCO E ESQUECI O LUGAR DA BOCA E DERRAMEI O COPO COM O SUCO NA MINHA CABEÇA,FUI BUSCAR MEU FILHO NA ESCOLA E ELE CHAMAVA POR EU, EU VIA ELE E NÃO O RECONHECIA ALGUMA COISA ASSIM ESTOU COM MEDO TENHO 35 ANOS E SOU MUITO ESTRESSDA SEMPRA GOSTEI DE FAZER VARIAS ATIVIDADES JUNTO E HOJE JA NÃO ESTOU CONSRGUINDO.
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