terça-feira, 11 de maio de 2010

4 dias

A crise pairou aqui há uma semana, o blog parou por isso. Aí, aí, meus nervos...

A questão do roubo da casa acabou numa história inédita na minha carreira de dona de casa, de mãe, de gente. O ar invasivo de duas mulheres me posicionou de forma também inédita: estática, parada, sem conseguir fazer nada. Apenas repensar como poderia fazer para seguir com a casa, com o dia-a-dia, não só meu, mas o de todos.

Acordei cedo, peguei um balde, um pano e lavei tudo. Lavei como se estivesse lavando minha alma. Para ajudar, Sofia falava: - Trabalho de equipe, né mãe?! Fazia muito tempo que não me viam tão disposta para uma faxina geral. Não tinha como continuar minha rotina se não mudasse os móveis de lugar, se eu não reciclasse a energia do meu reino: minha casa, meu castelo.

Há tempos eu não me sentia tão abobada e só mesmo uma catástrofe para eu conseguir enxergar que, infelizmente, existem pessoas más, que o mundo está, realmente, cheio delas. E desacreditar de tudo? Como sair, voltar a trabalhar normalmente, deixar a casa, as crianças?

Como? Essa é a minha pergunta. Seria como seu eu proibisse a mim e a todos que parassem suas vidas para vivermos apenas dentro de quatro paredes, sem dar continuação aos nossos melhores sonhos. Apenas parados, juntos, sem nos aventurarmos mais com nada, para nada.

Isso seria uma tremenda injustiça, egoísmo maior que tudo, olhar para todos e dizer para que parássemos por aqui. Vamos nos recolher, ficar quietos. Sem exposições demasiadas. Eu, João e Sofia trancados em casa com medo de sobreviver?

Não!!!!!!!

Assim comecei a limpeza da casa e estou me dando, no máximo até o fim desta semana, para definitivamente, voltar a viver normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Seria, talvez, cobrança enorme para mim mesma? Uma semana para não ter mais medo. Talvez, talvez sim. Mas seria pior ainda me deixar levar por essa influência mundana e cruel. E deixar todos serem levados.

Contudo, me dôo mais 4 dias, apenas.