domingo, 3 de julho de 2011

Pré-vírus

Oh alma danada!
Quando menos espero ela cai e eu fico de cama!
É uma questão que vai além do vírus implantado no escritório, por toda a equipe, a semana passada. Antes de abrir uma grande exposição, antes de grandes acontecimentos, antes de reuniões importantes, antes de decidir algo fatídico, minha imunidade abaixa e eu despenco na cama. Me lembro o ano passado, uma semana antes de abrirmos uma sequencia de eventos, tive uma crise de rins. Saulo, recém motorista, me salvou levando-me para o hospital, dirigindo nervoso, comigo aos prantos. Nada passava a dor. Olhei para cara do médico plantonista, peguei no braço dele: - Preciso ficar de pé até amanhã cedo, tenho muito trabalho ainda. Se vira! Dez minutos depois, estava ele, com uma seringa de morfina. Puft! Ah que noite louca... Me lembro daquele quarto rodando, eu longe, como se fosse hoje.

Mônica e Saulo me olhavam com cara: - Ah nega ta mal, não vai dar conta... Na manhã seguinte me levaram pra casa. Armei uma reunião geral dentro do meu quarto, deitada. E assim, a vida vai, tudo acontece, saímos do habitual e o que fazemos sempre acontece com uma pitada de energia vital. E, Sofia, é igual. Depois de papos sérios, ou mesmo depois de um ataque de nervos com ela, a pequena sempre aparece em estado febril. Recompomos nossos emocionais através de estados enfermos.

Cair de cama é como se fosse juntar meus pedaços e idealizar tudo novamente. Faz parte da minha série 'recomeços'. Não é recomeçar um trabalho, uma relação, não, não... É recomeçar eu mesma, idealizar meu lado mais ridículo, acabar de ler os livros que preciso, objetivar meus focos mais inerentes. Me achando dentro do meu delírio intelectual. 48 horas inclusa, alguns remedinhos e boas leituras. Amanhã sou outra!