Sem inspiração, dois minutos de reflexão me são venenosos.
Sou tão sem jeito com a vida... Nem sei se me ajoelho com propriedade, nem sei se entôo direito um Kyrie. Tarda impotência. Tímida, observo ao meu redor. Outros seguem convictos de viver com sprezzatura. Me impressiono fácil. Sou atraída pelo exímio arqueiro que tem diante dele o alvo.
Dependendo da perspectiva, não se vê como as atitudes são tingidas de má consciência. Mais de perto, tudo parece uma iniciativa feroz, dirigida a um fim ótimo. Nada mais natural que o aplauso sincero de muitas pessoas. Mais de longe, o fim é ilusão, pois o caminho não leva a nada fundamental. Não é difícil ser engolido por um enorme buraco. Quem tem larga visão é conduzido aos limites do ceticismo. Pode haver uma simples fuga, um sorriso de quem reconhece uma farsa ou o perigo do ressentimento plantado no coração.
Eu me equilibro em todos os pontos. Exceto um. Meu segredo. Fonte de minha excentricidade. Dentro do conjunto, passo despercebida. Ao olhar mais amigo, talvez eu seja vista em contínuo abalo.
"Se eu conhecesse a mim mesmo, desatava a fugir." (Goethe)
TPM brava!