sexta-feira, 3 de setembro de 2010

“Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos”

Excêntrica, louca, caótica, perturbada, criativa, madura, melancólica, romântica. Hoje me vi. Me olhei e lá estava eu.

Acenei para meus meus filhos e eles olharam para mim: séria, chata, severa, divertida, matriarcal, solta, louca, amorosa, sincera, sólida. Eu: o chão de meus filhos.
Meu mais velho me olha profundamente, sorri e me diz: - Obrigada mãe, obrigada por você ser você.
Solta uma gargalhada: - Mesmo louca! hahahahahaha

Nessa síntese, esse resultado do meu eu com a mãe deles: a verdade. Veracidade. Fazer o quê? Pensei eu comigo mesma o dia todo... Fazer o quê? Se engula. Invente aquela roupa desuniforme para sair por sua noite sozinha e retire o desacerbado estranho que ficou de ontem.

Lavei os cabelos e mudei o jeito de arrumar... Se sou tudo isso esses cabelos estão precisando ficar diferentes, menos certinhos. Espetei tudo pra cima e fui me reconhecendo. Sou descabelada, ainda por cima descabelada... Putz... Fui pondo gel, pasta, puxando gomos e mais gomos e um 'eu' foi aparecendo no espelho... Hoje quero sair assim, me reconheçam! Podem me olhar à vontade... Ainda por cima quero beber, que me vejam tonta e descabelada. Talvez bela, chic, hippie, mas serei eu.

Todas essas pessoas sou eu!

Tomei banho, coloquei a roupa, pintei os olhos de negro. Me olhei pela última vez no espelho e tranquei a porta do armário.

Sai.

Inspirada, sonhadora, insegura, excessiva e repleta de boas intenções.