quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Construção do Fado Tropical

A vida tem dessas coisas. Um dia você acorda bem, outro dia também, outro não... E assim a gente vai levando... Com sentido, sem sentido, com vontade, sem vontade. O importante é não parar.

Olhando para minha casa hoje não queria ir trabalhar. A casa me chamava para uma geral. Aquelas que só o dono pode dar. Os armários de toalhas e lençóis imploravam pelas minhas mãos dentro deles. Dei uma olhada por cima, peguei umas peças para a campanha do agasalho da escola da Sofia, nada mais.

Segui para o ballet, fim de semana com apresentação sábado e domingo, produção total na tentativa de uma vida nova.

Por falar em novo, no meio dessa agitação toda, um frisson passa pela minha vida, um ar novo, um cheiro - como diria Mari - alguém tocou nas minhas costas, olhou bem para os meus olhos e perguntou:

- Quer vir comigo?

Eu respondi:
- Quero sim, tem lugar pra mim aí?

- Tem todo o espaço do mundo para você aqui, Bela!

Simples assim, entrei nessa carruagem, fingindo ser algo comum. Minha vida mudou do dia para noite, como estalar os dedos, o céu ficou cor de rosa de vez de azul. Eu gostei desse toque rosa em cima da minha cabeça e deixei ele pairando sobre mim, como uma sombra. Não, como uma luz. Sim, os dias estão mais bonitos. Sim, as noites mais quentes.

Tudo faz mais sentido, de outra forma, de outra maneira que eu nunca havia experimentado. Não há medos para medos, não há chance para o impasse. Só há certezas, viagens e novas construções. Construções de todos os tipos, gêneros e formatos.

Segura e radiante espero dia 03 de dezembro chegar. Dia 07 na Bahia. Fim de ano diferente, sem saber para onde ir ou onde ainda ficar, mais certa que será uma passagem para 2011 no mínimo, maravilhosa, com todo colo, amor, paisagem e troca. Como se fosse o último.