É como se eu não pudesse sair. Estou num pedaço de terra com águas por todos os lados.
A água, singular de sentimentos, é a forma de expressar emoção, vontades, amor.
Quero pular nesse mar, mas não me deixam. Nadar até terra firme, mas não é o momento. Quem sabe daqui 3 dias? Quem sabe um dia?
No meio do barroco brasileiro: esta ilha é de montanhas. Para consagrar essa posição: um arquipélago me espera. Passarei meus 40 literalmente ilhada. Ir além do meu limite, na ilimitada verdade, único lugar seguro onde você refaz destroços, junta pedaços e se revê.
Sexta-feira pego meu vôo à noite para São Paulo. Sábado de manhã, estrada, e um barco me espera em Ubatuba.
Nessa avalanche de emoções Ouro Preto não consegue me segurar. Ao contrário, me expulsa, me joga para fora e me pede tempo, doçura.
A cidade quer criar, ficar só, lamentar, pensar, mas sem a minha figura por perto... Eu deixo, mas não me calo. Falo tudo, jogo um turbilhão de palavras em cima de um raio de 2 quilômetros. Raio! Raios! Não me acostumo com ele.
A cidade me inspira, me aspira e me joga no mar agitado, no meio do Oceano Atlântico. Eu nado, nado, nado... E hoje, ainda, não chego em lugar algum. Mas daqui 3 dias, tudo pode mudar, pois na ilha, na ilha dos meus desejos, às 7:30 da manhã do dia 10 de outubro, renasço e nado feito um pintado em busca de água doce.
Água doce para matar a sede. Me refaço e retorno para me entregar para as montanhas.
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