terça-feira, 1 de junho de 2010

Amor

Eu tenho percebido que as pessoas tem preguiça de escrever.

Preguiça ou falta de inspiração? Sei lá... Até eu, às vezes fico, eu sei como é... E olha que eu gosto de escrever. Já tem outras que amam. Meu irmão, Rodrigo, é um desses.

Mas, precisamente hoje, visitei alguns blogs muito interessantes no ponto de vista do amor. O do Carpinejar - http://carpinejar.blogspot.com/ e o da namorada dele a Cíntia - http://matandocarpinejar.blogspot.com/ - foi uma terapia. Eu ri muito e achei fantástica a trama dos dois. Fiz um comentário até com uma certa inveja boa, confesso: - Será que aos 40 serei contemplada com uma relação assim? Descobri que existem relações saudáveis, saborosas, que duas pessoas maduras valem um amor para sempre sim, coisas que eu achava que não existia. Mas existe. Que bom!

Me fez lembrar de uma história antiga minha. Numa dessas horas de conflito total, há um bom tempo atrás, fui numa vidente e ela me disse: - o grande 'desfrute' da sua vida, em todos os sentidos, será a partir dos seus 40 anos. E, pensando bem, eu ando acreditando e fazendo por onde acreditar, pois a cada dia que passa tem acontecido coisas, no que se refere a minha vida profissional, que eu acho que aos 40 a coisa tem tudo para dar mais certo mesmo. Agora, amor, eu não sei não...

Amor é complicado, principalmente num país que tem um número de leitores tão pequeno. Essa questão é para se pensar. Olha só: a média de livros lidos por ano é de 4,7 por pessoas que se dizem leitoras, sendo que a maioria são estudantes, na faixa dos 15 anos. Para o que estão fora da escola já baixa pra 1,3 livros por ano, num montante de 55% da população. Bom, eu to na faixa dos 40, aí já ferrou bem, a proporção vai estreitando. Porque para amar, dessa maneira peculiar, original, a pessoa precisa de um pouco de cultura. No mínimo inteligência. Não é loucura não. É sério! Sem isso, vira aquela relação idiota, boba, sem a base estrutural.

Não tenho mais paciência para ladainha amorosa. Ou é ou não é. O dia a dia precisa ser objetivo, certo, voraz, criativo e conseqüentemente inteligente. Tem que ser bom em matemática, pois os cálculos devem ser precisos, lineares.

Depois de um dia como hoje, de tantos sentimentos transbordando, eu acho que só poderia falar, da forma mais mirabolante, de um pouco de amor. Dessa inclinação, essa afeição viva por alguém ou por alguma coisa.

Bem, eu to na retaguarda, esperando meus 40, de dedos cruzados, torcendo para aquela pessoa dotada de vidência, tenha conseguido, durante a minha sessão, uns 40% do tal do fosfenismo, 30% da arte adivinhadora, 10% de bom senso e os outros 20% pode até ser de charlatanismo. Tá valendo!


4 comentários:

  1. Bel, minha amiga que não vejo por km, escrever é falar na solidão para uma multidão, se for boa a escrita é lógico, assim como eu, escrevo na solidão me inspiro na multidão que existe na Mata Atlantica e tenho meu público restrito ao que faço, mas quero mais, quero escrever para a população. Será assim que conseguirei dizer o que a Floresta me diz.

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  2. É preguiça mesmo, preguiça de ser o que são e de se expor. Porque escrever é se desnudar, mesmo quando nos desmentimos, desfalamos e desconstruímos, mesmo quando nos ocultamos em fábulas inventadas...estamos ali, inteiros, intensos e nus...

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  3. Os tais 40% do Fosfenismo, pode verificar pessoalmente... http://brasil.fosfenismo.pt
    ou http://www.fosfeniscas.com

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